A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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A Evolução Setenária na Teosofia Científica *




O tema do Manvantara é universal, especialmente nas suas divisões setenárias comumente difundidas pela Teosofia. Nos toca aproveitar a presente oportunidade para oferecer ao leitor um resumo de alguns dos principais ítens do Teosofismo prático, naquilo que diz respeito aos ciclos setenários especialmente.

O conhecimento que me proponho a compartilhar foi generosamente transmitido pelo escritor Luis Augusto Weber Salvi (laws), por meio de inúmeros diálogos, nas mais diversas ocasiões, momentos e oportunidades.
Conhecendo as dificuldades que se apresentam ao buscador destas informações muitos têm solicitado sínteses a respeito da matéria-, e tendo em vista que os referenciais de pesquisa estão praticamente restritos às obras neo-teosóficas, de forma bastante difusa e não necessariamente sistematizada, surgiu o sincero desejo de dividir com o leitor este conhecimento transformador.


O que apresentamos aqui é apenas um rápido resumo de alguns dos temas mais destacados na linguagem teosófica e no neo-teosofismo, sob uma ótica que pretende aproximar de fato a Ciência e a Religião, assim como Arte e Filosofia. Ao final da matéria, voltaremos ao tema visando detalhar algo mais sobre a obra do Autor. O nosso verdadeiro intuito é tentar oferecer uma necessária “alfabetização esotérica” em torno destas importantes matérias, mas dar sustentação a uma redação didática nestes profundos assuntos representa sempre um saudável desafio, naquilo que contamos com a comprensão do leitor sobre os nossos evidentes limites.
A palavra Teosofia significa literalmente Sabedoria Divina ou a Sabedoria dos Deuses. Vista como uma espécie de Filosofia Perene, tendo por base a Ciência, a Arte, a Filosofia e a Religião, conhecimentos que abrangem todas as modalidades da cultura humana, a Teosofia Científica possibilita uma verdadeira síntese dos “mistérios”. Tal operação só é possível devido ao momento histórico em que nos encontramos, qual seja, a finalização de um ciclo racial, período conhecido como a Era do Diamante, no qual as diversas modalidades de conhecimento são amalgamadas, restauradas e renovadas, a fim de que se dê início a estrutura cultural de uma nova Raça. Torna-se então acessível o conhecimento das operações “secretas” da natureza.
Diz, neste sentido, o professor Luís A. W. Salvi:

“As Ciências Esotéricas são naturalmente detentoras de grandes mistérios e profundidades. Porém, forçoso é reconhecer que, por sua própria natureza, este campo tende a ficar minado e prenhe de fetiches e de mistificações -especialmente na medida em que dele tenta se apoderar o leigo ou o semi-leigo. Boa parte destes desvios são fomentados pelos ‘Irmãos das Trevas’, que buscam criar falsos ares de poderes, de superioridade e de sabedoria para iludir as pessoas. No mais, toca aos próprios limites de interpretação ou de capacidade de expressão daqueles que, na falta de um ‘canal’ mais adequado, são escolhidos para transmitir algum conhecimento superiormente ‘inspirado’.
“Contudo, enquanto perdurar esta situação, as Ciências Sagradas não poderão oferecer à Modernidade tudo aquilo que podem fazer em favor da reintegração de um Saber Pleno para o mundo. É por esta razão que temos insistido que a verdadeira reabertura das ‘Escolas de Mistérios’, diz mais respeito não tanto às suas ‘portas externas’ para receber mais pessoas, mas sim às suas “portas internas” no sentido da decodificação dos seus saberes, seguida de propostas de sua reaplicação em diferentes escalas em favor da sociedade.”

Podemos, assim, considerar a Teosofia Científica como a visão dos “Mistérios Desvelados”, na qual Ciência e Tradição aproximam-se de fato, possibilitando uma abordagem integrada e universalista da Criação e de seus ciclos evolutivos.
A vida, a partir desta ótica, apresenta-se em constante evolução. Essa evolução, de cunho ascendente mas também cíclico, ocorre por meio de processos estruturais, nos quais observamos a constante reiteração do ritmo setenário. Referem daí os teósofos, sobre a importância das sete Rondas, das sete Raças-raízes, das sete Sub-raças, das sete Iniciações, dos sete Raios, dos sete Reinos, etc...; Blavatsky dizia que “o sete é a escala da Natureza”.
“A profunda dignidade do algarismo Sete -alude laws- possui múltiplas razões matemáticas, ou em especial geométricas, na medida em que o espaço se organiza naturalmente através destas divisões. Isto se deve às divisões naturais do Sete –embora seja este uma unicidade e um algarismo primo-, a exemplo do 3+4 e do 2+5.”

O 3 + 4 = 7 tem sido considerado pelos estudiosos das culturas primordiais como a mais antiga equação espiritual do mundo. O algarismo três, associado ao masculino, ao céu e ao triângulo é somado ao quatro, símbolo do feminino e da terra, relacionado ao quadrado. A junção destes elementos, encontrada também nos apontamentos alquímicos e na hermenêutica medieval, consubstancia no sete a representação da perfeição refletida pela união do princípio masculino e feminino e, consequentemente, da geração da vida (o ovo cósmico).
Cabe apresentar estas estruturas setenárias e seus ciclos internos que, como veremos, se sobressaem concomitantemente, ou explicitar algo mais sobre eles, a fim de que se possa ter uma percepção global de todo o quadro. Priorizemos, no entanto, não o conjunto de dados e conceitos em si, mas, acima de tudo, a perspectiva de vida cósmica e transcendental que se descortina ante nossas vistas; não a erudição, mas o caráter transmutador das informações.

1. Os Calendários da evolução

O já bastante conhecido Ano de Platão, composto por 26 mil anos, é o período referido pelos teósofos como Ronda, e que os hindus chamam de Manvantara-Pralaya. Cada Ronda ou Grande Ano de Platão pode receber muitas formas de divisão, sendo uma das mais conhecidas a das doze Eras Zodiacais, cada Era com a duração de 2.160 anos. São consideradas sete Rondas, sendo dito que nos encontramos na Quarta, a chamada Ronda Humana-humana, que teve seu começo há 24 mil anos, durante a Era de Capricórnio.


As Rondas anteriores relacionam-se à evolução Humana-primitiva, quando se desenvolviam os hominídeos; as posteriores dizem respeito evolução Humana-avançada, ou seja, aos Mestres, Adeptos e Super-homens, os chamados seres mais-que-humanos ou homens perfeitos e divinos. Então, parte-se do “pré-humano”, passa-se pelo “humano” e chega-se ao “pós-humano”, por assim dizer. Desta forma, podemos conceber as Rondas como as grandes etapas de evolução da própria condição humana.
Entende-se que dentro de cada Ronda evoluem as Raças-raízes e suas Sub-raças. Como foi colocado, são consideradas sete Raças-raízes, abrangendo cada qual o período de 5 mil anos e comportando sete Sub-raças, as quais apresentam, por sua vez, uma duração média de 700 anos cada. Levando em conta as clássicas quatro Idades do Mundo (Idade do Ouro, Idade de Prata, Idade do Cobre e Idade de Ferro), toda Raça-raiz começa com uma Satya Yuga (Idade de Ouro) e termina com a Kali Yuga (Idade de Ferro), quando então há uma transição para a próxima Satya Yuga, inaugurando uma nova Raça-raiz. As quatro idades constituem, pois, uma estrutura paralela das Raças-raizes.

2. Os Três Centros


Trataremos agora dos três Centros planetários, ou seja: Shambala, Hierarquia e Humanidade. Correspondem a três Reinos espiritualmente coligados, dentre os chamados “Sete Reinos da Natureza”.
Shambala tem sido apontada como um reino mítico localizado nos Himalayas ou na Ásia Central. Devido ao nome que, em sânscrito significa “um lugar de paz, felicidade e tranquilidade”, muitos supõem que os seus habitantes sejam todos seres iluminados, vivendo numa espécie de Idade de Ouro. Saliente-se que Sanat Kumara, rei eterno de Shambala, foi o primeiro ser humano a encarnar uma divindade na Terra – ou seja, a se tornar um Avatar, como por exemplo Buda ou Cristo-, o que representou uma revolução na cultura planetária. De acordo com a tradição, tal fato ocorreu há 13 mil anos, ao tempo da Raça Lemuriana e da passagem da Era de Libra para a de Virgem.
Segundo os tratados tibetanos, em especial Caminho para Shambala, do XIIIo Dalai Lama –que profetizou a invasão do Tibete e a renovação do Dharma no Ocidente- há três acepções para Shambala, que pode então ser entendida como mito, realidade geográfica e ainda caminho espiritual. No caso, o caminho do guerreiro espiritual, como aquele encontrado na Agni Yoga -Ioga do Fogo, prática que trabalha diretamente com a luz e o poder e que constitui o coroamento dos Ensinamentos Yogues transmitidos anteriormente- e no Kalachakra (Roda do Tempo), sistema budista de conhecimentos que reúne astrologia, calendários e rituais.

Na verdade, Shambala deve ser entendida como uma esfera basicamente espiritual, cujos mestres -os Avatares- manifestam-se fisicamente, em regra, mais ou menos de mil em mil anos, a exemplo de Jesus, Buda e Krishna. Desta forma, é de se concebê-la como a Fundação original da espiritualidade superior no planeta, caracterizada, acima de tudo, pela compaixão, mas também pelo poder e o sacrifício, assim como pelo conhecimento divino. Segundo o XIVo Dalai Lama, Tenzin Gyatso, a compaixão representa o impulso incontível de cuidar do outro e que tem por substrato a percepção da unidade entre todos os seres, de modo que o sofrimento alheio é, em última análise, meu também, assim como a iluminação do outro integra e intensifica a minha própria iluminação. A modelo daquela máxima, por muitos atribuída a Gandhi, “quando caio toda a humanidade cai comigo, quando me levanto toda a humanidade eleva-se comigo”. Enfatize-se que foi o poder de tal atributo que, a partir da manifestação desde Centro Primordial, permitiu a evolução espiritual da Humanidade, libertando a Terra do chamado ciclo luciferiano, quando os antigos iniciados, tidos por isto como “filhos de Lúcifer” (sabidamente, um “anjo caído”), levavam a luz somente para si e não para todos.

Shambala detém todavia energias muito elevadas e incompreensíveis para a Humanidade, por isto dela emana um centro vinculado à alma ou ao amor universal, que é a Hierarquia. Atuando sempre segundo as diretrizes de Shambala, a Hierarquia é formada por uma ordem permanente de mestres, que representam secundariamente a divindade na Terra e que constituem, de fato, uma elite de iluminados, precursora dos conhecimentos espirituais da Humanidade. São esses Mestres que, estando mais próximos da Humanidade, ainda que atuando em seus Ashrams ou centros próprios, apontam os caminhos da evolução humana, explicitando ou organizando na forma de Civilização o Dharma trazido por Avatares como Jesus, Buda ou Krishna.


A Hierarquia irradia, por sua vez, um terceiro Centro que é a Humanidade espiritual, que aparece então na forma das “Raças-raízes”. Uma Raça-raiz é “u’a Humanidade regida em nível de alma”, com possibilidade espiritual evolutiva e alinhada à Hierarquia; destinada então a expandir a sua cultura-modelo através de toda a Terra.
Em síntese, Shambala representa o surgimento do superior que permitiu integrar o inferior ou a Humanidade na evolução planetária, graças ao preceito da salvação, da intermediação e da expiação, intervindo assim no carma humano.. A Hierarquia, sob a sua orientação, tem sido o instrumento para esta mediação.

a. As Raças-raízes


Em cada Ronda evoluem, como vimos, sete Raças-raizes; cada raça-raiz comporta sete sub-raças. Na Ronda atual, as duas primeiras Raças-raízes, a Hiperbórea e a Austral, não são muito mencionadas, pois são tidas por alguns pensadores como nirvânicas, representando, assim, o ápice da evolução das Raças na Ronda anterior. Na contramão deste entendimento, estudiosos afirmam que tratar-se-iam de raças primitivas, passando por uma etapa ainda muito rudimentar em termos de evolução espiritual, sendo por isto desconsideradas como propriamente humanas. Não há um consenso sobre este ponto, cabe ao pesquisador chegar a suas próprias conclusões, podendo não obstante ambos os pontos-de-vista conter verdades consideráveis.

Do outro extremo, temos a duas últimas Raças. Também neste ponto estabelece-se certa polêmica. Determinadas linhas de pesquisa propagam a idéia de que a Sexta Raça-raiz não se completará e que, por isto, não haverá uma sétima Raça-raiz. As correntes de pensadores que entendem pela realidade da Sétima Raça-raiz dizem tratar-se da “Raça Divina” e a veem por vezes como a primeira raça da Ronda posterior. Como se percebe, levando em conta estas considerações, poder-se-ia falar em quatro Raças e compreender as demais como transições raciais pertinentes à evolução da condição humana – tendo por base, como já apontado, o estágio “pré-humano”, o “humano” e o “pós-humano”. Uma das chaves para toda esta questão, estaria na criteriosa distinção entre as Raças-raízes e as Lojas hierárquicas que se desenvolvem em seu seio ou, antes, em paralelo com as Raças, tendo como uma de suas missões custodiar e orientar a evolução humana. Na sequência, incluiremos uma análise sumária da evolução conjunta destes dois reinos, e mais adiante voltaremos a tratar especificamente das Lojas da Hierarquia.

A Terceira Raça é conhecida pelo nome de Lemuriana; a quarta, de Atlante; a quinta é a Raça Ária; a sexta, a Americana ou Teluriana. Dentro desse processo sequencial e evolutivo, podemos estabelecer uma relação direta entre as Raças e as iniciações pelas quais passam a Humanidade e a Hierarquia. Em cada Raça-raiz, através das iniciações planetárias e solares, processa-se a evolução da Humanidade e da Hierarquia. A Humanidade passa por quatro Iniciações: duas Planetárias e duas Solares; para a Hierarquia, sobrepõe-se a essas mais duas Iniciações Siríacas (referente à estrela Sírio, considerada a “sede” da Loja da Hierarquia), que são a Quinta e a Sexta Iniciação. A partir da Sétima Iniciação, surgem os graus cósmicos. São as Iniciações Divinas ou Avatáricas, pertencentes à esfera de Shambala, portanto, o Centro espiritual supremo.



Observe-se o Quadro acima, para melhor compreensão do tema, considerando que o quadro das dez iniciações constitui uma divisão tradicional -lembremos, por exemplo, da Árvore Sefirótica da Cabala. O setenário, em específico, pode ser visto através das Sete Iluminações que se sucedem a partir do quarto grau.

A Terceira Raça, a Lemuriana, existiu há cerca de 15 mil anos, a partir da Era de Libra. Realizou a Primeira Iniciação para a humanidade ou o Noviciado, por meio da prática da Yoga Física -semelhante ao que hoje conhecemos como Hatha Yoga (asanas)- e da purificação material (alimentação adequada, etc.). Atingiu a consciência espiritual da morte, em outras palavras, a percepção de que o tempo existe para que se evolua, e neste sentido buscou a superação da extinção da consciência e o correto emprego do livre-arbítrio. Nesse período, a meditação estava restrita aos mestres da Hierarquia, que, então, dispunham somente da Terceira Iniciação, acessada através da Dhyana ou Yoga Mental. A Hierarquia estava todavia se organizando, e não se encontrava integrada com a Humanidade. Como verdadeira “abridora de caminhos”, a Hierarquia caminha sempre dois graus à frente da Humanidade, sendo, ela sim, contada desde a primeira Raça-raiz.

Na quarta Raça-raiz, a Atlante (10 mil anos atrás, Era de Câncer),* surge o Estado Espiritual, a Teocracia. A Hierarquia introduz na sociedade humana esta fórmula, a fim de se aproximar da Humanidade, preparando uma cultura precursora para a evolução humana. Surgem daí os Adeptos, os Profetas, os grandes iniciados, os administradores divinos da luz, que mantêm a roda do Dharma em movimento. Ocorre a segunda iniciação humana ou o Discipulado, por meio da prática da Bakti Yoga, a Yoga Devocional. Aparece a magia astral, que, na época, constituiu uma revelação das possibilidades subjetivas da consciência e dos poderes psíquicos, a exemplo das viagens astrais e dos sortilégios, e que, posteriormente, degeneraria em magia negra.
A Hierarquia recebe, por sua vez, a Quarta Iniciação: a cruz espiritual ou Iluminação, que representa, de fato, o grande embate entre matéria e espírito, mas que ainda pertence ao plano humano da evolução e o coroa. Trata-se de um momento verdadeiramente crucial, no qual o iniciado coloca-se entre a vida e a morte. Lembremos que esta é a última Iniciação Solar, a partir daí adentra-se nas Iniciações Siríacas e na condição definitiva de membros da Hierarquia. Entende-se, pois, a dramaticidade e a intensidade desse processo iniciático, representado nos Mistérios Ctônicos atlantes e nos ritos sacrificiais simbólicos.

Assim, a Hierarquia Atlante conquistou a morte através da Ressurreição (Quarta iniciação), que, podemos dizer, é o resultado da Iluminação, na qual uma energia altamente regenerativa, resultante da ascensão de Kundalini, faz com que o iniciado que, sucumbiria à morte caso não dispusesse de tal recurso energético, sobreviva e se torne um iluminado (no caso de ocorrência da morte, que pode acontecer inclusive por questões cármicas, a iluminação também pode ser alcançada no mundo espiritual). A cultura atlante transpôs para o ciclo áryo estes Ensinamentos da Ressurreição, através dos “Livros dos Mortos” de três grandes culturas: a egípcia (“De Como Sair a Luz”), a Tibetana (Bardo Thodol) e a Maia (Popol Vuh).

A quinta Raça-raiz é a Arya, que teve suas origens no norte da Índia, na chamado Aryavartha (região dos árias), há 5 mil anos. Nesta etapa, a Humanidade realiza a Terceira Iniciação, que corresponde ao grau do Instrutor ou Hamsa, em sânscrito, por meio da meditação, tornando-se então Iniciada; na Hierarquia surgem os Adeptos de quintessência, isto é, os Mestres de quinto grau ou Alquimistas perfeitos, trata-se da Quinta Iniciação, que dá origem aos Rishis, aqueles que cognizam o conhecimento direto de Akasha (éter). É a primeira manifestação “supra-humana” permanente, o que acarreta uma nova grande revolução cultural no Planeta, dando lugar à criação do conceito-síntese da Civilização -hoje já bastante degenerado, é verdade, uma vez que é chegado o final deste mesmo ciclo cultural da Terra. De fato, embora se diga por vezes ser esta a humanidade “atual”, tendo por base certas cronologias, alguns Calendários raciais mais precisos como os dos povos maias-nahuas, contestam tal entendimento na medida em que limitam a evolução desta Raça ao ano de 2012. Assim, estamos finalizando o ciclo de 5 mil anos da Raça Ária e presenciando -ou participando, a depender de nossa postura- da formação do embrião da Raça Americana.


A sexta Raça-raiz é a Raça Americana, conhecida por Ayam, nela a Humanidade deve alcançar a Quarta Iniciação, obtendo a condição de Venerável ou Arhat, em sânscrito. O quarto grau, como já foi dito, é a própria Iluminação, que nesta Raça começa a perder a sua dramaticidade por passar a ser um processo coletivo e discipular (sua consecução ocorrerá de modo mais natural, em decorrência da evolução depurada e da energia propiciadora que o momento comportará), diferentemente do que acontece, ainda, na Raça atual (considere-se aqui a Quinta Raça), aos poucos buscadores que se iluminam por meio de esforços próprios e praticamente sobre-humanos, pondo em risco a própria vida. A ascensão de Kundalini, gera a transformação definitiva do sistema nervoso, que se torna super-acelerado, desenvolvendo mais e mais sinapses e abrindo caminhos para que o Iniciado transforme-se num Adepto (quinto grau). A Quarta Iniciação ou o quarto grau, já vimos, constitui o cume da evolução humana.

Para a Hierarquia, especificamente, é o momento da Sexta Iniciação ou Ascensão, nesta etapa é realizada a síntese das energias referentes ao Sistema Solar Esotérico, que constitui a energia espiritual do Sistema Solar Físico, passando-se, depois disto, para o Sistema Cósmico; por conseqüência, os mestres tornam-se Chohans ou Ishwaris, que são os “Senhores” dos bem conhecidos Sete Raios da Evolução Solar, por exemplo: o Mestre Morya é o “Senhor” do Primeiro Raio; o Mestre Confúcio é o “Senhor” do Segundo Raio, etc.

A sétima raça é a Raça Divina, que, pode-se dizer, representa a consumação racial da Quinta Iniciação, com a formação ostensiva dos Adeptos, Asekha ou Rishis; não se trata mais, porém, de humanidade, já que esta atinge agora uma condição superior, mas de uma sociedade de iluminados, como foi referido anteriormente. Para a Hierarquia, ocorre a Sétima Iniciação, que corresponde à Primeira Iniciação Cósmica, pois, recordemos, no grau anterior, por meio da Ascensão, foi realizada a unificação das energias do Sistema Solar. Surgem, agora, os Mestres Divinos, os Bodhisattvas ou os divinos Renunciantes. São os ditos Avatares Astrológicos, que vêm para reger as Eras Astrológicas, a exemplo de Jesus que regeu a Era de Peixes e de Maitreya, que virá na iminente Era de Aquário. Nesta fase, a Hierarquia funde-se com Shambala.
Este contexto, contudo, já pertenceria à Ronda Futura, a Quinta, podendo ser nela integrado. A sexta e a sétima Raça-raiz, como já mencionado, transpassarão para a Ronda seguinte e seus mestres serão os “Deuses” (Hierarquia da nova Raça-raiz) do mundo futuro. Comporão a primeira e a segunda Raça-raiz da próxima Ronda, segundo entendem alguns.

b. As Sub-raças

Vejamos agora as sete Sub-raças desta quinta Raça-raiz (a Árya), com suas diferentes formas de religião, relacionando, ainda, cada uma delas a um dos Sete Raios e suas características.
A inclusão dos Mestres nos remete à tradicional idéia da regência da Hierarquia sobre os Continentes da Terra, muito difundida por correntes ligadas à Tesofia mas que remonta aos “Arcontes” de Platão, de resto uma realidade bastante compreensível considerando que os Adeptos áryos eram os Altos Custódios do conceito do Império solar ou do “Estado universal” - que naquele contexto ocupava todavia uma dimensão continental.


A primeira Sub-raça foi a que conhecemos como Egípcia -cultura reconhecida hoje como primordial pela Ciência-, que marcou a transição da Raça Atlântida para a Raça Árya. Expressou-se religiosamente através do culto solar e é vinculada ao Primeiro Raio, de cor azul e regido pelo Sol, relacionado ao Estado e ao poder, tendo como senhor o Mestre Morya. A segunda Sub-raça foi a Indiana, que se valeu da meditação e é associada ao Segundo Raio, de cor amarelo-ouro, e à esfera da Lua, com atributos como sabedoria e compaixão (Mestres Lanto e Confúcio, sucessores do Mestre Kuthumi). A terceira Sub-raça foi a Persa, que desenvolveu o culto ao fogo, relacionada ao Terceiro Raio, cor rosa, qualificado pela inteligência ativa e discernimento (Mestra Rowena, vinculado ao planeta Mercúrio). A quarta foi a Sub-raça Celta, que se utilizou da magia, vinculada ao Quarto Raio, de cor branca, qualificado pela busca da “Harmonia através do Conflito” e pela arte (Mestre Seraphis Bey, relacionado ao planeta Vênus). A quinta Sub-raça foi a Germânica, com o naturalismo e o culto aos seres da natureza, ligada ao Quinto Raio, de cor verde e tendo por atributos a ciência, a inteligência concreta e a cura (Mestre Hilarion, associado ao planeta Marte). A sexta Sub-raça é atual e está sendo a Norte-Americana, que almeja a ascensão da consciência, ligada ao Sexto Raio, de cor rubi e se expressa pela devoção e pelo amor incondicional (Mestra Nada, relacionado ao planeta Júpiter). A sétima e também atual, última Sub-raça deste ciclo, a Sul-Americana, vem desenvolvendo-se espiritualmente por meio da ritualística, vinculada ao Sétimo Raio, de cor violeta, caracterizado pela organização e transmutação (Mestre St. Germain, relacionado ao planeta Saturno).
Desta forma, estamos vivenciando um período de transição, sendo a 6ª Sub-raça (Norte-americana), o embrião da 6ª Raça-raiz e a 7ª Sub-raça (Sul-americana) a própria transição. Este período é também conhecido como a Era do Diamante, Vajra Yuga em sânscrito.
O quadro abaixo permite visualizar melhor este conjunto de informações.




c. Os Ashrams raciais

Importante, ainda, referir-se aos Ashrams espirituais ou, como querem alguns, as Lojas da Hierarquia, que são as organizações iniciáticas dos Iluminados, ocupando um reino intermediário entre a Humanidade e Shambala.
O conhecimento dos Ashrams ou das Lojas da Hierarquia, começou a ser dado por Alice A. Bailey, sendo levado a cabo por LAWS, inclusive nos termos das iniciações cabíveis a cada ciclo espiritual, tema de resto também apurado em relação às raças-raízes (ver Quadro ao final), possibilitando um maior conhecimento das realidades espirituais. Diz o autor: “Esta informação desdobra várias questões inicialmente associadas às raças, mas que na realidade dizem respeito às Hierarquias a elas associadas. Neste sentido, o perfil da Hierarquia tende a ser sugerido através dos Mitos, ao passo que a evolução humana é registrada através da História.”
Além de promover a evolução da própria Hierarquia e dar cumprimento ao Propósito do Senhor do Mundo, Sanat Kumara, tais Lojas tem a tarefa de orientar as Raças-raízes na sua evolução cultural, abrindo caminhos para a humanidade, através de experimentos culturais pioneiros e originais.

A primeira Loja é o próprio Centro Shambala, fundado na Terceira Raça-raiz, na época lemuriana por Sanat Kumara, a manifestação da divindade terrena, relacionada à evolução quaternária ou “venusiana” que rege a condição humana. A Dinastia Hamsa (“Instrutores”) de Shambala era detentora de três iniciações, atuando ainda de forma apenas interna, isto é, como Escola Iniciática fechada, tratando de reformular algumas das ordens xamânicas então existentes, e implantando nelas a técnica da meditação.

A segunda Loja é chamada Ibez, que é a Loja atlante fundada no seio da Quarta Raça-raiz, nas Américas, por Quetzalcóatl -nome de origem Nahua, palavra que designa os povos indígenas mexicanos, a exemplo dos astecas, toltecas, etc., e que chamavam este centro de Tula. A Dinastia Arhat (“Veneráveis”) ibeziana era detentora de quatro iniciações, havendo sido a primeira rama de Shambala a se manifestar efetivamente, atuando regularmente junto à humanidade e dando origem à religião como hoje a concebemos.

A terceira Loja é a de Agartha, a Loja árya fundada por Rama e, sobretudo, por Krishna, há cerca de cinco mil anos, na Índia, na Quinta Raça-Raiz. A Dinastia Asekha (“não-discípulo” ou Mestre) agarthina era detentora de cinco iniciações, sendo a responsável pela introdução de uma nova energia planetária, “suprahumana” e universalista, permitindo a Síntese da Civilização -a valorização do conjunto dos elementos culturais como base da futura transcendência humana. Desta forma, surge o conceito dos Impérios continentais como síntese de nações e integridade territorial. É o que se vê também hoje, sob os contornos materialistas da Kali Yuga, na unificação entre países através de blocos econômicos continentais, a exemplo da Comunidade Econômica Européia (CEE) e outras.

A quarta Loja é denominada Albion, e está sendo fundada na América do Sul, pelos atuais trabalhadores da Hierarquia no seio da Sexta Raça-raiz. A Dinastia Choham (Senhores) albionense é detentora de seis iniciações, e está tratando de implantar a cultura cósmica no planeta, ou a unificação mundial, na qual será possível a integração das nações, porém, através dos Continentes organizados ou do trabalho associado dos Mestres áryos.



O Quadro acima sintetiza as informações dadas, apresentando as Iniciações pelas quais têm passado a Humanidade e a Hierarquia, ao longo da formação das Raças-raízes com seus Ashrams, apontando as designações correspondentes e elucidando o degrau existente entre os dois Reinos onde, como já vimos, a Hierarquia “anda dois passos à frente da Humanidade”, abrindo-lhe então os caminhos da evolução espiritual. As duas Lojas ditas “Ocultas”, correspondem na realidade a sistemas de conhecimento xamânicos, anteriores à verdadeira organização da Hierarquia.


Vemos, então, que nos encontramos nesta transição da terceira para a quarta Loja da Hierarquia. Simbolicamente, poder-se-ia falar de uma futura Quinta Loja, na Sétima Raça-raiz vindoura, quando os Mestres da Hierarquia deterão já a Sétima iniciação, o que representaria na verdade uma condição divina ou avatárica; porém, como vimos, este ciclo integrará a Quinta Ronda Mundial. Além disto, tal raça representará um ciclo em que a própria Humanidade será detentora de cinco iniciações, coisa esta que corresponde às metas evolutivas da Humanidade da Quinta Ronda.

3. Dos Reinos de evolução

Há que se falar também nos Reinos, que, mais uma vez, se apresentam em número de sete: o primeiro é o Reino Mineral, que representa e comporta a consciência mineral; o segundo, o Reino Vegetal, com a consciência vegetal; o terceiro, o Reino Animal, consciência animal; o quarto, o Reino Humano, consciência humana; o quinto, o Reino Espiritual, consciência espiritual; o sexto, o Reino Angelical, consciência angelical (estes dois últimos reinos dizem respeito à Hierarquia); e o sétimo, o Reino Divino, consciência divina (se refere à Shambala). Seguindo sempre a unidade da evolução espírito-matéria, pela qual se diz –”completando” a famosa frase:

“A alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem, ilumina-se nos mestres e cosmifica-se nos deuses.”

A rigôr, tudo isto diz respeito, na verdade, à Grande Evolução Humana e suas subdivisões evolutivas. Simbolicamente, os três primeiros reinos remetem à condição pré-humana nas sucessivas rondas de evolução, incluídos nela os hominídeos; e os três últimos, ainda vindouros, à futura situação pós-humana, pela qual os Mestres trabalham. Mas é na abrangência de todos os reinos que ocorre a Grande Evolução Humana, considerando, então, o desenvolvimento consciencial e iniciático, possibilitado pela vivência e experimentação dos diferentes planos da criação. Lembremos que, com a consecução da quinta iniciação, não estamos mais levando em conta a humanidade propriamente dita, mas adentramos, na verdade, no Reino Espiritual. Em processo similar, com a sexta iniciação, alcançamos o Reino Angelical e com a sétima, o Reino Divino. Pode-se dizer que a Grande Evolução Hominal passa por todas estas formas de consciência, desenvolvendo e agregando suas diferentes qualidades e atributos.
Na sequência, apresentamos um rápido panorama da obra do professor Luís A. W. Salvi.

A Obra de LAWS

Uma das coisas que logo chama a atenção é a vastidão da obra de LAWS: são afinal mais de 120 volumes. Contudo, a extensão deste trabalho ainda deve ser vista tão somente como um indício da sua profundidade, e também da sua diversidade –estes sim importantes. Existem muitas formas de classificar esta rica obra. Uma delas seria através dos Sete Raios da divindade.
Outra forma original se dá através das divisões das “Quatro Ciências de Agartha” (de que já falava o Marquês Saint Yves d’Alveydre), que pode receber diferentes classificações, entre elas de: a. Alquimia (Iniciação Humana), b. Hierofania (Iniciação Divina, Ascensiologia), c. Astrosofia (Ciências do Tempo) e d. Geosofia (Ciências do Espaço).
Ao lado da apuração dos novos Códigos de Iniciação, LAWS é responsável pelo desenvolvimento e adaptação de diferentes ramas de Astrologia. Caberia dar um destaque especial à sua contribuição na área da Geografia Sagrada (Geosofia), associada à organização do Mesocosmo ou do Espaço sagrado. Tal coisa se reflete também em formulações de Sociologias aplicadas, de bases universalistas e tradicionais, mas também Historicamente definidas, o que confere a sua dimensão de praxis capaz de auxiliar positivamente a evolução humana.
O trabalho de LAWS integra e culmina o Plano da Hierarquia de preparação da Humanidade para a Nova Era, preparando a vinda do Avatar (Maitreya, Kalky), destinado a surgir, segundo os anais teosóficos, na sétima sub-raça árya ou na América do Sul.

* Publicado na obra "A Ciência do Manvantara", Luís A.W. Salvi 

Leia também de Claudia B. Alves
Um Legado Astrológico


6 comentários:

  1. OLÁ ! É clara, precisa e generosa, tua contribuição, obrigado desde já, em nome de todos que vierem a enxergar, por estarem lendo na hora conquistada, esta holografia. Teu texto, parece ter sido escrito na agulha superior de uma lente multifacetada. Todas as ramificações se mostram claras, crescentes e convergentes. VALEU !
    SELISTRE

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  2. Caro Selistre, muito obrigada a idéia era mesmo que o texto fosse o mais claro possível.
    Um grande abraço
    Cláudia

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  3. Ola , comecei a me entereçar pelo teosofismo a pouco tempo , não seu muito , só sei alguns conceitos , eu publicação foi de grande ajuda , eu queria saber se tem algum grupo online (de preferencia no face ) que vc poderia em passar....
    Obrigado.

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  4. sim:
    Estudos de Teosofia Clássica
    Filosofia Perene - o uno e o todo

    ambos no facebook
    abraço

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  5. É VERDADE QUE O PERÍODO DE TEMPO DE UMA RONDA É DE 350 MILHÕES DE ANOS?!

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  6. Ola Jorge Silva edesconheo este número mas os grandes números da Doutrina Secreta possuem uma realidade apenas relativa e ademais sevem de véus. Já foi dito que os anos são lunares e até mensais. Abraços.

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